Durante palestra no 2º NeoConnection4.0, em Curitiba, no Teatro Positivo, ele apresentou estratégias para o crescimento das empresas e disse que quem enxergar as oportunidades e saber inovar irá crescer e ter sucesso.
Crise? Que crise? O último ciclo da crise econômica no Brasil já passou. “O fundo do poço ficou para trás”, afirmou Ricardo Amorim, um dos economistas mais influentes do mundo, durante palestra da última quarta-feira (dia 07), no Teatro Positivo, em Curitiba na 2º edição da Neoconnection4.0, que tem como objetivo levar conhecimento para transformar e inspirar pessoas. Com o tema “Brasil 2019 - Tendências e Oportunidades” Amorim apresentou quais estratégias precisam ser adotadas, neste momento, para que as empresas, independentemente de ramo, atuação e porte, cresçam e tenham sucesso no mercado. A hora é agora.
Em uma linha do tempo entre os anos de 1900 até 2018, Amorim mostrou que a economia em baixa, não apenas no Brasil, mas em outros países, está ligada em geral às crises econômicas mundiais e não somente à administração governamental. Por isso, o mais preocupante neste momento, segundo ele, não é o governo brasileiro, mas sim o que irá ocorrer com grandes economias como Estados Unidos, por exemplo, e China. Pois, elas interferem diretamente no mercado nacional.
O economista também esclareceu que é em momentos de grandes crises internacionais que ocorrem, por exemplo, quedas de líderes, golpes e/ou impeachments. Porque as pessoas tendem a procurar o quê ou quem está errado. No Brasil, desde 1945 foram abertos cinco processos de impeachment contra Presidentes da República, sendo aprovados o de Fernando Collor de Mello (1992) e mais recentemente Dilma Rousseff (2016). Também os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula, bem como o atual presidente Michel Temer, já foram alvos de pedidos de impugnação de mandato.
Ele reforçou que as crises fazem parte da economia de todos os países, e que acabam. “Os ciclos mais curtos têm 3 anos e os mais longos, 8 anos. Já estamos na fase do ciclo onde as surpresas serão para melhor”. Ele foi contundente ao afirmar que este é o momento de acertar nos investimentos, de tomar a atitude correta, abrir o negócio certo. Pessoas que abrem um negócio, como uma franquia, por exemplo, depois que ela já está solidificada e com inúmeras unidades, não tendem a obter êxito. É preciso ver, enxergar as oportunidades antes do que os outros. Os que sabem disso é que obtém sucesso.
É importante também que as pessoas estejam atentas às novas tecnologias e às inovações. Na Era da Informação ou Era Digital, tudo caminha muito rápido e quem não evolui junto e não está antenado com presente e futuro, fica para trás. Apresentando exemplos tecnológicos que em breve reduzirão ainda mais a distância e o tempo entre idas e vindas para lugares distantes, ele explicou que o brasileiro está entre os mais empreendedores do mundo, todavia falta inovação. Lembrou que as empresas que mais se destacam atualmente neste setor são as sul-coreanas, devido aos investimentos em produtos de alta tecnologia.
Além disso, os sul-coreanos investem pelo menos 4 vezes mais do que o Brasil em educação infantil e nos jovens, o que gera profissionais com maior capacidade para comandar empresas de grande porte. Enquanto isso, nós investimentos mais em idosos devido aos gastos com um sistema de previdência ineficaz com um rombo enorme.
Amorim citou o Hyperloop, um sistema de transporte que funciona em uma espécie de cápsula de alumínio que circula dentro de tubos pneumáticos e pode atingir a marca dos 1.200 km/h. Apenas uma das criações do visionário sul-africano-
Um país de oportunidades
Outro dado ressaltado por Amorim é que os países emergentes [ como o Brasil ] comandam o crescimento mundial desde 2000. Ele destacou que o país está entre os candidatos para receber testes de helicóptero elétrico da Uber (espécie de drone). E que há muito espaço para crescimento no mercado, incluindo as áreas rurais. “Nossa área agricultável equivale ao território de 33 países europeus. Isso sem contar a Amazônia”. Apenas 7,8% desse território está ocupado com produção agrícola. Segundo ele, atualmente, está ocorrendo o contrário do que houve em muitas décadas. As pessoas estão saindo das grandes cidades, das capitais, para investir nas áreas rurais. Todavia muitas pessoas desatentas a esses dados e informações ainda tendem a buscar empregos e investir em empreendimentos fora do país.
Principais fatores para o sucesso de uma empresa
Timing 42% (envolve a escolha certa/correta do momento);
Time Execução 32% (além de colaboradores capacitados envolve estratégias para deixar a equipe entusiasmada);
Ideia 28%;
Modelo de Negócio 24%;
Financiamento 14%.
Sobre Ricardo Amorim
Economista formado pela USP, pós-graduado em Administração e Finanças Internacionais pela ESSEC de Paris, Ricardo Amorim atua no mercado financeiro desde 1992, trabalhou em Nova York, Paris e São Paulo, sempre como economista e estrategista de investimentos. O economista é um dos debatedores do programa Manhattan Connection, da Globo News desde 2003 e colunista na revista IstoÉ. Ele foi mencionado como uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil, em lista da Forbes.
Sobre NeoConnection4.0
O evento, promovido pela Evidência Comunicação Integrada e Neoplanrh, com patrocínio da Ativa Investimentos, Uniosociesc, Praisce Capital e Ademi-PR, teve o objetivo de conectar pessoas ao conhecimento, aproximar talentos, propiciando crescimento e aprendizado através de palestras inspiradoras.
*Foto: Cintya Hein.