Já é possível comprovar que pessoas que sofreram algum tipo de agressão na adolescência, sejam elas físicas ou verbais, tenham tendência a desencadear problemas psicológicos no decorrer da vida.
Uma pesquisa recentemente divulgada pelo jornal científico Molecular Psychiatry, realizada com 682 adolescentes, reforçou que a prática do bullying, além de trazer consequências para a saúde psicológica da vítima, causa também danos à duas importantes estruturas do cérebro: o caudado e o putâmen, responsáveis por funções motoras e fatores psicológicos.
A constatação foi feita através de exames de neuroimagem os quais mostraram que as alterações no volume do putâmen estavam negativamente relacionadas à ansiedade generalizada. Já os jovens que possuíam alguma característica de ansiedade apresentaram redução no volume do núcleo caudado esquerdo.
Para a psicopedagoga e palestrante Ana Regina Caminha Braga, os responsáveis devem estar sempre atentos ao comportamento dos filhos e sempre abertos ao diálogo. “Assim que os pais notarem algum comportamento diferente, é importante que haja uma conversa com o filho e até mesmo com a escola para que os problemas sejam solucionados da melhor forma.”
Segundo a psicopedagoga, vítimas do bullying possuem tendência a desenvolver problemas relacionados à depressão e baixa autoestima. Por isso, o apoio, o incentivo e a orientação dos responsáveis são necessários.
Os casos mais comuns da prática do bullying acontecem no ambiente escolar o que pode resultar em dificuldades no desenvolvimento e na socialização do aluno. Ana Regina complementa que a prática precisa ser extinta e que a melhor forma de acontecer é prevenir, portanto o tema deve ser bastante discutido dentro das escolas.
Foto: Ana Regina Caminha Braga.
Crédito: Priscila Fiedler.